sábado, 22 de março de 2008

Criança até 10 anos não paga...

O reveillon é tradicionalmente um momento de confraternização, alegria, reflexões e ideal para novidades.
Normalmente passo esta data com amigos e família. Este ano (2006) resolvi fazer diferente, optei por passar a virada do ano em um restaurante.
A partir daí, começou a procura por um lugar agradável, próximo à praia, com uma boa comida, bom atendimento e claro, um bom preço.
Telefonei para alguns restaurantes da orla marítima em João Pessoa, visitei outros e, a cada momento, me assustava com os preços e desorganização nas informações passadas.
Já estava praticamente fechado com um determinado restaurante, quando passei na frente de um outro e minha namorada (atual esposa) sugeriu irmos fazer uma consulta de preço. Por conhecer a sua fama de chique e caro , imediatamente resisti a sua idéia. Minha namorada insistiu. Terminei aceitando, fizemos à consulta de preço.
Surpreendentemente o preço era interessante. Por incrível que pareça, ainda fomos super-hiper-mega bem atendidos pela proprietária, que nos informou detalhes de como seria: Teríamos direito a vinhos Chileno e Argentino, Whisky 8 anos, água de coco, cerveja, água, refrigerante, sucos, tábua de frios a vontade e ainda um prato no jantar. Ah, crianças até 10 anos não pagaria nada. Tudo isso...Fiquei encantado.
Voltamos dias depois, fizemos o pagamento antecipado para 6 pessoas e mais três crianças com menos de 10 anos que não pagaria nada.
Junto conosco estava um casal amigo de Recife que convidamos. Trouxeram 3 filhos. Um pagante (com mais de 10 anos) e dois free. Levei minha sobrinha de seis anos, e junto com minha sogra e namorada, éramos 9 pessoas.
Eis que é chegado a grande hora. Orientei minha sobrinha que era um lugar fino, como ela deveria se comportar. Avisei que deveria por o guardanapo de pano no colo, falar baixo e coisa e tal.
Chegamos cedo, por volta das 22 horas. Acomodamos-nos em uma mesa que nós mesmos havíamos escolhido e rapidamente fomos recepcionados. Fizemos o primeiro pedido. Chegaram 2 tábuas de frios, refrigerante, água de coco (servido nos copos) e o vinho.Opa...que vinho é este moça? (Moça não, é muito deselegante. O nome dela era Suelen).

-Lambrusco Italiano tinto. Respondeu Suelen.

Lambrusco é um tipo de vinho gaseificado, que está mais para espumante que para vinho. Bem, não era exatamente o vinho que havia sido informado que seria servido aquela noite. Esperava um típico vinho chileno, envelhecido, encorpado, etc. Tomei meia taça e pensei:

-Acho que vou tomar cerveja mesmo.

Meu amigo que já havia pedido cerveja , e esperava desde que dei o primeiro gole no meu lambrusco, chamou a garçonete.

- Moça, minha cerveja por favor.

-Voce já pediu? Que tipo? Vou logo dizendo, só tem Skol.

Acho que não dava muito para escolher.

Chega à cerveja. Imediatamente a “simpática” Suelen informa:

- Não tem isopor, nem balde de gelo, e a cerveja não está muito gelada.
De novo não dava para escolher!!!

Ao experimentar, percebi que a garçonete foi até bem sincera ao dizer que não estava muito gelada. Aliás, posso até afirmar que estava quase na temperatura ambiente.
Resolvi voltar a tomar vinho. Para minha surpresa fui informado que o vinho tinha acabado. O pior é que ainda não havia nem sequer rompido o ano.
Decidi enveredar pelos caminhos do Whisky mesmo. Acho que era a única coisa que demorava menos de 10 minutos a chegar na mesa e vinha com gelo... embora se quisesse água de coco era outro martírio para conseguir.
Em um dado momento a garçonete (que já havia sido trocada, agora era Cleide). Uma moça, aparentemente mais conhecedora das técnicas de atendimento ao cliente, informa que tem gente a mais na mesa, e que terá que recolher uma cadeira. Ou seja, estava insinuando que tínhamos levado mais pessoas do que as contratadas. Depois, por nenhum motivo aparente, segurou no braço da esposa do meu amigo para lhe explicar algo, com tanta força que achei ser uma briga.
Mas, minha namorada teve o maior “chilique”. Com toda razão. Apresentou o recibo que tínhamos pago (antecipadamente) e lá estava claro quantas pessoas deveriam estar naquela mesa. A garçonete resolve ir falar com a proprietária (aquela moça simpática que nos atendeu quando fomos fechar o pagamento, só que agora bem menos simpática!). Alguns minutos depois volta pedindo desculpas, e dizendo que houve um equivoco e a cadeira poderia ficar. Ufa, que alivio.
A cantora da noite era péssima. O tecladista esforçado. Os dois juntos um desastre. Os “bambas” das típicas marchinhas de carnavais deviam estar se contorcendo em seus caixões com tamanho desarranjo musical daquela dupla. Ela simplesmente não sabia as letras das marchinhas que estava tentando cantar. Resultado: Assassinou todas as músicas. Devia, no mínimo pedir perdão a seus compositores. E, quanto a nós clientes???? A proprietária Patrícia, não pareceu nem um pouco preocupada com a nossa insatisfação, e sim na economia que ela estava fazendo.
Próximo a meia noite, decidimos pedir o jantar. Começamos a escolher os pratos e quando pedimos, a garçonete mais uma vez, informou que os pratos iriam demorar um pouco. Minha namorada que precisou pedir uma caneta emprestada para escrever no papel os nossos pedidos (porque a garçonete disse que o pedido tinha que ser anotado e não quis anotar por conta própria), ao entregar o papel a garçonete foi informada que tinha 3 pedidos a mais...

-Como tem pedidos a mais??? Foi acertado 9 pessoas, como você mesma viu no recibo.

- É o seguinte. Criança até 10 anos não está inclusa.

- Como é??? Você ta me dizendo que criança até 10 anos não paga...mas TAMBÉM NÃO COME?????

Depois de muita confusão, a “simpática” garçonete Cleide resolveu servir os pratos... que demorou menos do que esperávamos. Sendo que, mais uma vez, o restaurante não cumpriu com o contratado. Estava faltando as batatas-fritas e o arroz a piamontese. Nossa amiga foi reclamar com Cleide (sim, porque depois de tanta confusão e indelicadeza, já parecia até que a garçonete tinha ficado íntima). Pois, dá para acreditar que esta informou que havia acabado a batata-frita e o tal arroz?????
O marido da nossa amiga pediu para ela não reclamar, os dois brigaram, perdemos o clima do reveillon e assim ficamos todos de cara feia o resto da noite, ou melhor, até terminar de “engolir” - o prato que nos foi servido faltando os acompanhamentos. Fomos embora do pior reveillon de nossas vidas. Super insatisfeitos com o péssimo atendimento, o total descaso da proprietária e com a certeza de que nunca mais voltaremos, lá nem pra pedir o dinheiro de volta!!!!
No próximo reveillon, adoraria acompanhar o dono deste restaurante em seu estabelecimento e saber o que ele espera de um restaurante. Será que eles percebem os erros do atendimento??? A péssima preparação de seus funcionários? A total falta de respeito com os clientes?

O preço pode até não ter sido o olho da cara, mas o nome do lugar... OLHO D’LULA.

Ah, e minha sobrinha, no dia seguinte, ainda percebeu um pequeno detalhe:

-Tio, o restaurante não tinha nem guardanapo para colocar na perna não era?

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